Ética e integridade na ciência: da responsabilidade do PESQUISADOR
Que valores estão acoplados ao trabalho e à publicação
científica hoje?
•No
mundo atual a produção científica e intelectual, como um todo, tem se tornado a
grande moeda mundial, um verdadeiro motor da economia e, mais do que nunca, os
valores que atribuímos a essa produção científica também vem sofrendo grandes
modificações. No artigo já mencionado de Fagot-Largeault (2011, p.6, #21), a autora nos mostra que quando a
ordem do Publish or Perish foi anunciada nos anos 1950, nos Estados Unidos,
ela foi mal acolhida pelos cientistas, o que fica bem nítido no livro de Waters
(2005). Mas o mesmo não ocorreu a partir dos anos 1980, quando o processo de
medida da produtividade das instituições de pesquisa começou a ser feito
utilizando-se como medida o número de publicações. Esse critério de
produtividade passou a reger todas as vantagens em relação à promoção acadêmica
e à obtenção de financiamentos para as pesquisas. Cria-se a obsessão pela avaliação
da pesquisa mediante a quantificação da produção. A consequência disso para a
atividade científica, conclui Fagot-Largeault, foi desastrosa. Em primeiro lugar, diz ela, assistimos
a um aumento e fragmentação das publicações científicas. Alguns autores (Siegel; Bavey, 2010) mostraram
que, entre 1980 e 1990, o número de publicações subiu de 200% a 300%,
exatamente ao mesmo tempo que se instalava a prática da fragmentação da
pesquisa – ou de ideias – em vários
artigos, como um modo de aumentar o número de publicações. Em segundo lugar,
diz ela, a competição para a obtenção do FINANCIAMENTO tendo como
mérito a quantidade de trabalhos publicados começou a ruir o comportamento
ético e a competitividade entre os pesquisadores.
Responsabilidade como valor na pesquisa científica
•A responsabilidade
sendo vista como um valor na prática científica poderá opor-se ao impulso da
fraude, ao mesmo tempo que permitirá direcionar a própria investigação
científica na direção da ética. Afinal, um protocolo sem faltas, uma hipótese
certeira, dados absolutamente confiáveis muitas vezes são tão perniciosos
quanto a fraude de uma pesquisa falsa se não estiverem comprometidos com a
responsabilidade ética. A responsabilidade como valor maior da ciência garante
esse compromisso duplo entre cientista e sociedade, pois garante que ambos
valorizam o conhecimento.
•Tornamo-nos mais
responsáveis quando temos mais consciência dos atos que praticamos e de suas consequências. Deveríamos pensar
não só em instaurar câmara de integridade de pesquisa, mas promover com maior frequência o debate sobre
ciência, responsabilidade científica, garantindo a presença de cientistas,
alunos, instituições, editores, juristas e também demais atores da sociedade.
Esse tipo de debate ainda é bastante tímido nas instituições de pesquisas e
mesmo nos grandes congressos temáticos raramente se vê espaço para debater
questões de ética e integridade, sendo todas as chamadas voltadas unicamente
para trabalhos de análise de dados. Ao mesmo tempo, os valores dados aos
critérios de publicação científica e classificação de autores deveriam
urgentemente voltar-se para o quesito qualidade ao invés
de quantidade.
COMPONENTES
Pâmella Oliveira
Caroline Fernanda
Raquel Freitas
Anna Lua Martins
PUC- Direito Noite
1º Período
Professor(a) = Regina
COMPONENTES
Pâmella Oliveira
Caroline Fernanda
Raquel Freitas
Anna Lua Martins
PUC- Direito Noite
1º Período
Professor(a) = Regina
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