sábado, 23 de maio de 2015

PESQUISA SOBRE MÉTODO INDUTIVO

PUC MINAS em Betim
Curso de Direito - 1° Período
METODOLOGIA DO TRABALHO CIENTÍFICO
Professora Regina Maria de Souza Moraes
Componentes do grupo: Ana Carolina de Freitas Garcia, Gabryela Carolayne Ramos Ferreira, Géssica Cristina Rodrigues, José Narciso Soares Neto e Kamilla Faria Mello
05/05/2015


Método Indutivo


Método Indutivo
Método indutivo é um tipo de argumento que parte de uma premissa particular para atingir uma conclusão universal. É o processo pelo qual, dadas diversas particularidades, chegamos a uma generalização. Assim, podemos dizer que a conclusão tem uma abrangência maior que as premissas. O individuo que faz o uso do método indutivo entende que as explicações para os fenômenos surgem unicamente da observação dos fatos.
O princípio de indução não trata de uma verdade lógica pura, mas de premissas para inferir uma conclusão (premissas são observações da natureza e de fatos do mundo). Há uma pretensão neste tipo de raciocínio: a conclusão de um particular fundamentado numa proposição geral, mas, como a proposição geral é fruto da observação, ela não é geral. Caso houvesse um princípio puramente lógico de indução, não haveria problema de indução, uma vez que, neste caso, todas as inferências indutivas teriam de ser tomadas como transformações lógicas ou tautológicas, exatamente como as inferências no campo da lógica dedutiva. O raciocínio indutivo parte de premissas particulares, na busca de uma lei geral, universal. Exemplos de métodos indutivos seriam:
O FERRO CONDUZ ELETRICIDADE, O FERRO É METAL
O OURO CONDUZ ELETRICIDADE, O OURO É METAL
O COBRE CONDUZ ELETRICIDADE, O OURO É METAL
LOGO, OS METAIS CONDUZEM ELETRICIDADE.
O Método indutivo realiza-se em três etapas:

- Observação dos fenômenos
- Descoberta da relação entre eles
- Generalização da relação

Exemplo:

- Observo que Pedro, José, João, etc. são mortais; verifico a relação entre ser homem e ser mortal; generalizo dizendo que todos os homens são mortais.


A utilização de indução leva à formulação de duas perguntas:

Qual a justificativa para as inferências indutivas?
Qual a justificativa para a crença de que o futuro será como o passado?

Principal crítica ao método indutivo:

SALTO INDUTIVO

ALGUNS
(observados,
analisados,
examinados)
TODOS
(não-observados,
Inobserváveis)
Método Dedutivo x Indutivo
O método indutivo procede inversamente ao dedutivo: parte do particular e coloca a generalização como um produto posterior do trabalho de método indutivo, a generalização não deve ser uma busca apriori, mas constatada a partir da observação de casos concretos suficientemente confirmadores dessa realidade.
DEDUTIVOS

Se todas as premissas são verdadeiras, a conclusão deve ser verdadeira;

Toda a informação ou conteúdo factual da conclusão já estava, pelo menos
implicitamente, nas premissas.

INDUTIVOS

Se todas as premissas são verdadeiras, a conclusão é provavelmente verdadeira, mas não necessariamente verdadeira.

A conclusão encerra informação que não estava, nem implicitamente, nas
premissas.

O que os grandes pensadores diziam sobre o método indutivo?

Karl Popper

Popper diz que, para justificar as inferências indutivas deve-se, antes de tudo, determinar um princípio da indução capaz de auxiliar a ordenar estas inferências de forma logicamente aceitável, porém, para aceitá-lo teríamos que recorrer a outras inferências indutivas e para justificar estas teríamos de admitir um princípio indutivo mais elevado e assim por diante, de modo que a tentativa de alicerçar tal princípio conduz a uma regressão infinita.

Popper recusa o caráter indutivo da ciência; ele defende que a ciência parte da teoria e não da observação e que o erro é fator dinâmico do progresso, citando que: “só tem caráter científico Rev. Cient. Fac. Lour. Filho – v.5, n.1, 2007 8 a teoria que for refutável”, e acrescenta “não se pode demonstrar a verdade de nenhuma teoria científica, mas apenas a sua falsidade”. Assim entendidas, as teorias são conjecturais e provisórias, acentuando-se deste modo o caráter aproximativo e probabilístico da ciência.


Bertrand Russel

A primeira observação sobre a posição de Russel em relação a indução, refere-se à distinção entre inferência dedutiva e indutiva. O que ele pretendia afirmar era a necessidade da indução como instrumento do crescimento do conhecimento; enquanto que a dedução tem a função de verificar se o que foi descoberto pela indução é válido e coerente com as teorias já confirmadas e com a realidade empírica; ou seja, a descoberta se faz pela indução e é confirmada, ou não, pela dedução. Para Russel a humanidade sempre utilizou e utilizará a indução como fonte do conhecimento; as pessoas utilizam o senso comum para orientar suas vidas e tomar decisões existenciais da maior relevância fundamentadas no processo indutivo.

Três pontos merecem grande destaque no pensamento de Russel: ]: i) a indução foi e é praticada por todas as pessoas no seu dia-a-dia; ii) a indução se fundamenta numa crença a priori na validade de seu princípio, sendo, pois, por analogia, um tipo de conhecimento sintético a priori; iii) não havendo como provar a validade lógica da indução, pode-se, entretanto, atribuir às conclusões obtidas certo grau de probabilidade.

Francis Bacon

Francis Bacon diz que “toda ciência começa pela observação, para depois, proceder vagarosa e cautelosamente à formulação de teorias” ; e sintetiza “a observação é uma fonte verdadeira do conhecimento científico”. Bacon preconizava que a experiência e a razão comporiam as pilastras de seu novo método científico: a “indução experimental”; ele defendia a necessidade de que o cientista se afastasse do empirismo radical e do racionalismo exagerado. De acordo com Bacon a indução exige o cumprimento das seguintes etapas: primeiro, neutralizar o método da antecipação da natureza; segundo, estabelecer o conhecimento da forma (estrutura e lei que regula o seu processo); terceiro, organizar um registro do fenômeno estudado; quarto, enunciar a primeira hipótese explicativa provisória; quinto, testar a hipótese através das instâncias prerrogativas e por último confirmar ou não a hipótese; se não confirmada enunciar nova hipótese provisória e repetir o procedimento a partir da quarta etapa.


CONCLUINDO...

É imprescindível que reconheçamos, depois dessa pesquisa, a importância da observação analítica que deve ser realizada dos fenômenos que serão estudados a partir do método indutivo. Nessa análise, o pesquisador se apoia em verdades provisórias que precisam ser testadas, para que se possa verificar veracidade ou não. Lembrando que a verdade das premissas não garante a verdade da conclusão. Importante ressaltar que no método que pesquisamos, o resultado pode ser generalizado, possibilitando, que, os resultados alcançados em determinada pesquisa possam ser utilizados em outros casos similares ao pesquisado – não sendo necessário a criação de novas hipóteses – por exemplo.

A indução é parte das experiências de casos isolados que serão considerados de forma universalizada. Isso soa como problema para as doutrinas que se apoiam na experiência, doutrinas empíricas que consideram esse método falível, por considerarem errônea a generalização de resultados. De fato isso pode ser considerado, pois aquilo que não foi observado no específico caso pesquisado pode trazer consequências que não puderam ser observadas e por isso não foram elaboradas medidas preventivas. Como diz o ditado “cada caso, é um caso”, sendo assim, os resultados alcançados não possuem total autonomia para responder a todos os fenômenos de mesma natureza ou natureza parecida. Essa é uma sensibilidade do método indutivo, que pode acabar tendo decorrência negativa dependendo da situação.


Referências


DICIONÁRIO de Filosofia. Disponível no Site ocanto.webcindario.com acessado em 30/04/2015
POPPER, Karl Raimund. A Lógica da Pesquisa Científica. São Paulo: Cultrix, 1972. Conjecturas e Refutações. 3. ed. Brasília: UnB, 1981.
BACON, Francis. Novum Organum ou verdadeiras indicações acerca da interpretação da natureza. Pará de Minas: M&M Editores, 2003. ______. Novum organum ou verdadeiras indicações acerca da RIDB, Ano 1 (2012), nº 10 | 6127 interpretação da natureza. Nova Atlântida. São Paulo: Nova Cultural, 2005.
ARTIGO o problema da indução. Disponível em cienciahoje.uol.com.br acessado em 03/05/2015



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